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22 de setembro de 2017

Fora do peito

É difícil aprender a viver assim, com o coração a bater fora do peito. Viver com a certeza que o tempo nunca pára, quando te vejo a crescer de dia para dia. Viver com o medo que este mundo cheio destas pessoas fechadas te fira, gele e roube essa luz com que nos abençoas todos os dias. 
Viver com o único propósito de te fazer feliz, sem que nada te falte, a dar-te todo o amor que tenho e até o que não tenho.

Mas assim vivo agora, desde que te trouxe ao mundo; desde que fizeste de mim a pessoa mais feliz, completa e serena que me era impossível ser. 

Os teus olhos meigos transmitem-me a calma que a correria dos dias me rouba. O teu sorriso inocente dá-me as forças necessárias para enfrentar os dias carrancudos que o mundo carrega. As tuas mãos, tão pequeninas, seguram os pedaços de mim. Pedaços que caíam baralhados, sem sentido, antes de ouvir o teu riso todos os dias. 

O teu nome é o espelho da tua alma. És a luz que ilumina os nossos dias. És feliz. És amada. E és-nos tudo.

Perdoa-nos se temos de te deixar com anjos na terra que cuidam de ti e te carregam no colo, quando temos de voltar às nossas vidas atarefadas de crescidos. Mas acredita, meu amor, é com um aperto dentro de mim que te deixo nos braços de quem não te sentiu a crescer dentro da barriga. Mas deixamos-te, porque não queremos nunca que te falte nada. A nossa ausência não é desejada mas, infelizmente, necessária.

Um dia, quando fores crescida, sentirás também o coração a bater fora do peito.

Tomara que o mundo nunca te roube esse sorriso inocente, e que consigas sempre ver o seu lado bom com a doçura do teu olhar.

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